Where Dreams Come True



Quando: 12 a 26/05
Onde: Flórida
O quê: Complexos da Universal, da Disney e Tampa
Quem foi: Paula Cris, Aquino


O destino, escolhemos pelo feedback 100% positivo de todos os que foram para lá e voltaram com orelhas. Já que tanta gente diferente gosta, algo diferente devia acontecer nas planícies do Seu Disney.



Para mim, tudo novo: nunca havia saído do país, precisado falar outra língua, ficado tanto tempo num avião, nem tanto tempo viajando ou convivendo dia e noite com meu analista de sistemas preferido. Tanta coisa nova ao mesmo tempo era do que eu precisava, para não pensar um pouquinho no dia a dia. E fiz o serviço completo: nem levei meu celular, o que culminou em quase duas semanas sem Facebook. E sabe, quando o vi, acho que era melhor nem ter visto.





O negócio é mesmo mágico. É imenso. É muito maior do que se imagina antes de ir. Cansa. Enquanto se tem retina, tem-se o que ver. Enquanto se tem pés, tem-se um lugar novo para andar. Enquanto se tem dólares, tem-se uma gift shop com um item impressionante que você quer muito ter. Enquanto se tem necessidades, tem-se alguém que já pensou nisso. Explicando melhor em partes (porque eu ainda estou de férias - rá!, tenho tempo e vontade de escrever. Nenhuma objeção se você leu até aqui mas agora vai pular direto pra ver as fotos).


"Enquanto se tem retina, tem-se o que ver"


É tanto detalhe, que no fim da viagem você nem se impressiona tanto com um baobá gigantesco formado pelas mais diversas espécies de animais, no meio de um parque "de diversões" - me desculpem os mais puristas, mas para mim os detalhes dos parques são pura arte.

Toda hora você se depara com uma arte, uma vitrine, uma loja tematizada, a fila de um brinquedo, que impressiona pela riqueza de detalhes. A coisa foge do "preciso enfeitar com alguma coisa", para o "preciso recriar um universo". Hogsmead, o Beco Diagonal, os países do Epcot e o espetáculo Wishes, no Magic Kingdom, são visões que não vão sair da lembrança tão cedo. Emocionaram - aham, sim, eu sou chorona. E chorei à beça.


"Enquanto se tem pés, tem-se um lugar novo para andar"



O negócio é grande. É muito grande, é imenso. São hectares e mais hectares de parques, de resorts, de outlet. Até o Hard Rock Cafe de lá é o maior do mundo. Haja pé, haja perna. Cansamos.

A impressão que se tem é a de que, se andásssemos 24 horas durante as duas semanas, ainda sim não teríamos visto tudo com o detalhe que gostaríamos.

Mas conseguimos aproveitar bem: fomos ao Premium Outlet, aos dois parques da Universal, ao Busch Gardens e Sea World, ao City Walk, aos quatro parques e dois parques aquáticos da Disney, e ao Downtown Disney. Listando assim, faz até sentido termos cansado.





"Enquanto se tem dólares, tem-se uma gift shop com um item impressionante que você quer muito ter"


Como dois pães-duros internacionalmente conhecidos, até tentamos resistir um pouco. Mas vai, quem resiste a uma loja especializada em Quadribol? Ou a deixar que a varinha te escolha no Olivaras? Ou a confeitaria com sapos de chocolate e feijoezinhos de todos os sabores a granel? Ou a levar pra casa o Linguado (para os que não são especialistas, aquele peixinho amarelo amigo da Ariel, a Pequena Sereia), a Minnie, o Mickey, o Pateta, nos mais diversos estilos, incluindo os looks jedi? Ou a deliciosa casa de doces do Pateta? Ou... Ou... São tantos ous, que o que podemos fazer é tirar o chapéu para os imperadores do capitalismo: eles sabem fazer você querer tudo aquilo. Mesmo.


"Enquanto se tem necessidades, tem-se alguém que já pensou nisso"

Sabe quando a coisa flui, e você não tem que se preocupar todo o tempo com seus interesses? Então. Lá flui.

São milhares de pessoas, mas você consegue ir rapidamente ao banheiro. É uma hora de fila, mas você se distrai com os detalhes. O ingresso funciona. A Magic Band (uma pulseirinha muito mágica da Disney) funciona sempre. Se um brinquedo para por algum motivo, imediatamente os organizadores te dão um ingresso para sair e voltar depois sem pegar fila.

A varinha faz mágica nas vitrines. A Minnie é uma simpatia. Dancei com o Pateta. A Malévola é grossa e me deu um fora quando eu tirei foto com ela.


Enfim, as coisas funcionam como deveriam, apesar de uma estrutura de milhares de pessoas em que muita coisa pode dar errado.


Esse "fazer funcionar" nos fez pensar muito em eficiência, nos processos, em como ser eficaz traz resultados e dinheiro. Ah gente, somos analistas. Tínhamos que analisar alguma coisa. Mas também dá só pra aproveitar dessa eficiência, sem analisar nada.



 

 Enfim, pelos comentários entusiasmados (ou pelas fotos felizes, caso você tenha lido diagonalmente apenas), conclui-se que a viagem foi um sucesso. Voltamos cansados, com uma bagagem imensa de memórias (e outra do outlet, hehehe).



Walt Disney foi o cara. Em um museu e um documentário sobre ele (atração do Hollywood Studios) conta-se que boa parte do que temos hoje no complexo Disney, ele já tinha idealizado - embora tenha visto muito pouco ficar pronto. Ele queria um lugar onde pudesse levar as filhas para passar um dia divertido, mágico.



Ele queria um lugar onde os funcionários tratassem bem os visitantes, onde os personagens ganhassem vida, onde as crianças pudessem se sentir nos desenhos. Onde os sonhos se tornassem realidade.


Ele sonhava alto, e foi do alto, sobrevoando a Flórida, que o cartunista do Mickey Mouse visualizou nas pastagens das planícies de Orlando o lugar ideal para colocar esse sonho em realidade.

E esse sonho se renova há anos, todas as noites, quando as luzes do Magic Kingdom se apagam e dão lugar ao sonho... "And all our wishes (all our wishes) / all our wishes / 
will come true..."


Ah, a Feira do Lavradio!



Quando: Todo primeiro sábado do mês
Onde: Rua do Lavradio, Centro
O quê: Feira de artesanatos e antiguidades
Quem foi: Paula Cris, Aquino, Ana Lu e toda a torcida do Flamengo

Fui apresentada a ela tem um tempinho, despretensiosamente, pelo meu pão-duro favorito. Como dois avarentos internacionalmente conhecidos (reza a lenda que nosso maior empecilho para começar o namoro foi abrir a mãos para entrelaçá-las), uma feira livre talvez não fosse fazer muito sucesso.

Na voz de Chico: "Mentiiiraaa..."

Sucesso total, hoje todas as minhas compras recentes foram feitas lá. Presentes pra mim, para os outros, para mim de novo, curiosamente ali tenho a paciência que me falta em outros ambientes de compras. Se tem coisa que me irrita, é entrar em loja de roupa pra olhar, escolher, experimentar, aceitar a simpatia falsa da vendedora e a ideia de que tudo ali caiu super bem em você, e repetir esse ciclo por mais 5, 6 fachadas, de conteúdo igual e etiquetas diferentes. Na Lavradio não, os artesãos estão ali, vendendo, mostrando os detalhes e a paixão com que confeccionaram cada peça. Dá gosto de ouvir as histórias, escolher, bater o olho e querer levar. Por isso que levo, e não me canso de fazer propaganda.

E, de quebra, fica na Lapa. Clima gostoso de música que sai dos tijolos, do ar, dos barezinhos feitos pra turista com as músicas que gosto tanto. Eu e a torcida do Flamengo: a feira está geralmente lotada, então prepare o espírito para alguns esbarrões.

No combo da Feira, é sempre bom visitar o Mercado Mistureba, ali na Mem de Sá, pertinho. Mesmo clima, extensão da Lavradio quase.

Pena que é só uma vez por mês. O sábado mágico em que avarentos abrem a mão, para cumprimentar o talento dos artesãos e as boas ideias de quem produz fora da caixinha.

Uma Carta Perdida

Quando: 10/10/2014
Onde: Teatro Café Pequeno
O quê: Teatro
Quem foi: Paula Cris, Aquino

Depois de uma semana muito mais longa do que gostaria, disse que queria fazer algo diferente para comemorar a sexta feira. Dado que a gente quase não está mais precisando verbalizar ideias, porque elas são as mesmas na maioria dos casos, meu fã de Kimi Raikkonen preferido acertou em cheio, sugerindo uma ida ao teatro. Escolhe daqui, procura dali, o Rio no Teatro sugeriu "Uma Carta Perdida", em cartaz no Teatro Café Pequeno, no Leblon.

Excelente ir ao teatro de susto, comprar ingresso na hora, saber da peça durante a peça. Bons atores, em teatro com proposta altamente aconchegante - é um bar, com lotação de 80 pessoas. Pena que não aceitam débito nem crédito - lamentável, lamentável - e que nem todas as comidas e bebidas do cardápio estão disponíveis. Mas o ambiente que se forma é muito interessante.

A peça foi montada por atores do Tablado, que encontraram essa comédia política romena em acervo doado, e perceberam que politicagem nunca muda. Para montar esse "texto atual de 200 anos", captaram recursos através do Catarse (uma daquelas iniciativas positivas da era digital), e nos presentearam com um fim de sexta dos mais agradáveis.

Viva o teatro, viva o talento do ator de fora dos holofotes midiáticos! Merda para todos nós.