Ah, a Feira do Lavradio!



Quando: Todo primeiro sábado do mês
Onde: Rua do Lavradio, Centro
O quê: Feira de artesanatos e antiguidades
Quem foi: Paula Cris, Aquino, Ana Lu e toda a torcida do Flamengo

Fui apresentada a ela tem um tempinho, despretensiosamente, pelo meu pão-duro favorito. Como dois avarentos internacionalmente conhecidos (reza a lenda que nosso maior empecilho para começar o namoro foi abrir a mãos para entrelaçá-las), uma feira livre talvez não fosse fazer muito sucesso.

Na voz de Chico: "Mentiiiraaa..."

Sucesso total, hoje todas as minhas compras recentes foram feitas lá. Presentes pra mim, para os outros, para mim de novo, curiosamente ali tenho a paciência que me falta em outros ambientes de compras. Se tem coisa que me irrita, é entrar em loja de roupa pra olhar, escolher, experimentar, aceitar a simpatia falsa da vendedora e a ideia de que tudo ali caiu super bem em você, e repetir esse ciclo por mais 5, 6 fachadas, de conteúdo igual e etiquetas diferentes. Na Lavradio não, os artesãos estão ali, vendendo, mostrando os detalhes e a paixão com que confeccionaram cada peça. Dá gosto de ouvir as histórias, escolher, bater o olho e querer levar. Por isso que levo, e não me canso de fazer propaganda.

E, de quebra, fica na Lapa. Clima gostoso de música que sai dos tijolos, do ar, dos barezinhos feitos pra turista com as músicas que gosto tanto. Eu e a torcida do Flamengo: a feira está geralmente lotada, então prepare o espírito para alguns esbarrões.

No combo da Feira, é sempre bom visitar o Mercado Mistureba, ali na Mem de Sá, pertinho. Mesmo clima, extensão da Lavradio quase.

Pena que é só uma vez por mês. O sábado mágico em que avarentos abrem a mão, para cumprimentar o talento dos artesãos e as boas ideias de quem produz fora da caixinha.

Uma Carta Perdida

Quando: 10/10/2014
Onde: Teatro Café Pequeno
O quê: Teatro
Quem foi: Paula Cris, Aquino

Depois de uma semana muito mais longa do que gostaria, disse que queria fazer algo diferente para comemorar a sexta feira. Dado que a gente quase não está mais precisando verbalizar ideias, porque elas são as mesmas na maioria dos casos, meu fã de Kimi Raikkonen preferido acertou em cheio, sugerindo uma ida ao teatro. Escolhe daqui, procura dali, o Rio no Teatro sugeriu "Uma Carta Perdida", em cartaz no Teatro Café Pequeno, no Leblon.

Excelente ir ao teatro de susto, comprar ingresso na hora, saber da peça durante a peça. Bons atores, em teatro com proposta altamente aconchegante - é um bar, com lotação de 80 pessoas. Pena que não aceitam débito nem crédito - lamentável, lamentável - e que nem todas as comidas e bebidas do cardápio estão disponíveis. Mas o ambiente que se forma é muito interessante.

A peça foi montada por atores do Tablado, que encontraram essa comédia política romena em acervo doado, e perceberam que politicagem nunca muda. Para montar esse "texto atual de 200 anos", captaram recursos através do Catarse (uma daquelas iniciativas positivas da era digital), e nos presentearam com um fim de sexta dos mais agradáveis.

Viva o teatro, viva o talento do ator de fora dos holofotes midiáticos! Merda para todos nós.